No mundo do esporte, a preparação física recebe muita atenção, mas a verdadeira batalha acontece dentro da mente. Medo, ansiedade, insegurança e a busca por resultados rápidos podem ser os piores inimigos de um atleta. Para entender melhor como a mente pode sabotar – ou fortalecer – um competidor, conversamos com Ed Siatti (@ed_siatti), mentor e criador de conteúdos que desafiam padrões de comportamento e ajudam pessoas a desbloquear seu potencial.

Com mais de 2,1 milhões de seguidores no Instagram, Ed compartilha diariamente reflexões sobre autoconhecimento, comportamento e transformação pessoal. Nesta entrevista, ele nos mostra como os atletas podem reprogramar sua mentalidade para superar desafios e evoluir constantemente.

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1. Por que a mente pode ser o maior inimigo de um atleta?
A mente pode criar barreiras invisíveis que limitam o desempenho. Medo, falta de confiança, ansiedade e pressão fazem um atleta duvidar de suas próprias capacidades, mesmo quando está fisicamente preparado. Além disso, a cobrança por resultados rápidos pode gerar frustração e impedir que ele enxergue o progresso contínuo, que é essencial para a evolução no esporte.

2. Todos nós temos padrões mentais que sabotam nosso desempenho? Como eles se formam?
Sim, todos temos padrões mentais que podem nos sabotar. Eles são construídos a partir de experiências passadas, traumas, crenças limitantes e da forma como interpretamos o mundo ao nosso redor. Muitas vezes, esses padrões são reforçados por críticas, expectativas irreais e pelo ambiente em que estamos inseridos. O desafio é identificar esses padrões e ressignificá-los para que joguem a nosso favor, e não contra nós.

3. Como um atleta pode treinar a mente para resistir à dor e ao cansaço?
Nosso cérebro não diferencia o que vemos do que imaginamos. Por isso, práticas como visualização são extremamente poderosas. Quando um atleta visualiza sua performance ideal antes da competição, ele já está treinando sua mente para reagir de forma positiva à pressão. Meditação, técnicas de respiração e o estabelecimento de metas claras também ajudam a fortalecer a resiliência mental e a manter o foco, mesmo em momentos de extrema fadiga.

4. Como diferenciar um obstáculo real de uma desculpa criada pela mente?
A resposta está no autoconhecimento e na honestidade consigo mesmo. Sempre se pergunte: “Isso é realmente impossível ou estou criando uma barreira mental sem fundamento? Estou criando monstros na minha cabeça?” Observar a situação com objetividade, sem interferência emocional, é essencial para distinguir um desafio real de um bloqueio psicológico.

5. Como quebrar o ciclo de autossabotagem e insegurança?
Primeiro, é preciso identificar os gatilhos da autossabotagem e substituí-los por pensamentos e comportamentos positivos. A mudança de perspectiva é um divisor de águas. Em vez de perguntar “Por que isso está acontecendo comigo?”, questione-se: “O que essa experiência está tentando me ensinar?” Esse simples ajuste de mentalidade pode transformar qualquer obstáculo em uma oportunidade de crescimento. Ter um mentor ou coach também pode ser um grande diferencial nesse processo.

6. Existe uma mentalidade comum entre atletas de alto nível?
Sim, e ela gira em torno de três pilares: determinação, foco e resiliência. Atletas de alto nível enxergam falhas como oportunidades de aprendizado, mantêm uma visão clara de seus objetivos e entendem que cada dia, faça sol ou faça chuva, é uma nova chance de evolução. Eles não treinam só quando estão motivados – eles treinam porque têm disciplina.

7. Como a filosofia de viver sem rodeios pode ajudar um atleta?
Ser honesto consigo mesmo é fundamental para o crescimento. Quando um atleta reconhece suas fraquezas e trabalha nelas de forma objetiva, sem se esconder atrás de desculpas, ele acelera sua evolução. Viver sem rodeios significa cortar as distrações, focar no que realmente importa e eliminar comportamentos que não contribuem para o sucesso.

8. Se você pudesse dar um único conselho para um atleta que sente que a mente está impedindo seu progresso, qual seria?
“Torne-se amigo da sua mente”. Não tente ignorá-la, pois esse é um dos maiores erros que podemos cometer. Em vez disso, compreenda seus medos e inseguranças, mas não permita que eles definam quem você é. Lembre-se de que o jogo é sempre interno, nunca externo. No final, é você contra você. Use os altos e baixos da vida como combustível para crescer e evoluir. E, acima de tudo, nunca deixe que a comparação roube a sua alegria e o seu senso de progresso pessoal.

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Ed Siatti (@ed_siatti) nos lembra que a mente pode ser tanto uma âncora quanto um trampolim. Tudo depende de como a treinamos. No esporte – e na vida – vencer começa no pensamento.